Hoje eu estive a ver sabão feito de cores no ar.
E parei na rua… a olhar.
Foi uma Spring Waltz nos olhos. Porque nós também temos clássica e Chopin nas cores dentro, dentro dos olhos.
E foi quando o arco-íris do sabão me bastou. Me bastou para ser ali. Com aquela vida toda a acontecer… no meio do barulho, dos gritos insensatos e, por isso, felizes, das crianças que sabem que os deuses estão nas bolas de sabão… e em tudo o que sabemos olhar com o peito.
As castanhas também se misturavam no meu nariz… e as pessoas iam contra mim… mas não se chateavam… Achavam só que eu era uma doida, mas viam-me sã… os velhos olhavam-me para as pernas e nem aí eu os achava menos divinos… Porque as bolas de sabão só nos deixam ver a verdade.
E as pessoas saíram com vontade de serem felizes… mesmo que isso seja aos domingos ou aos feriados… pelo menos, tiveram vontade de serem felizes. E eu acho isso bonito. As pessoas sempre deviam sair para serem felizes… deviam sempre dar os pés e as muletas ao barulho do ladrilho… à confusão dos semáforos e do trânsito que não as deixa passar… gosto, porque, mesmo aí, eu vejo as pessoas felizes… e isso parece-me próximo da verdade.
Mas, isto tudo, sem deixar de ver que o sabão sobe e se mistura no céu, no lugar dele. Ele só desce de lá, de vez em quando, para nos lembrar de que somos felizes, que temos de ser… e basta olharmos para ele… para o arco-íris das bolas de sabão que se acabam no céu. É, depois, é lá que ficam as coisas… o amor dos nossos olhos…
é por isso que temos de olhar para o céu mais vezes… ir buscar o amor que nos falta nas mãos e nos lábios da Terra.
É lá que o céu o guarda, ao amor, no arco-íris do sabão. (…)
Gosto das crianças que gritam no êxtase no sabão. Elas sabem a verdade. Eu, a mim, so me é permitido relembrar. .. tanto quanto eu sei olhar… o sabão e o arco-íris, e a cor do petróleo no ar.
O arco-íris é sempre a cor da verdade… da natureza toda. É por isso que é impossível não lhe cedermos; à beleza das cores que são. É quando as cores todas vencem o rgb insípido e arranjadinho dos olhos em vidro – de senciente – dos homens.
Fico sempre triste no fim, porque não consigo dizer o que eu vi. Mas eu digo tanto quanto me deixo ser, agora, que escrevo… e mesmo que eu não saiba dizer, os olhos molham-me a verdade toda na cara. E isso chega.
Pelo natal da Rua de Santa Catarina. E por todas as lágrimas e os trópicos suspensos no ar dos meus olhos, que eu não sei contar. Ainda.
#ElasDoAvesso
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So many thanks dear American <3
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Márcia
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