Ai… Quem me dera ser quem eu sou
Perder o brilho no mar
E desaparecer
Quem me dera ser quem era
Quem eu nunca deixei de ser
Esta mulher que escreve sem hesitação
Feroz e humilde na palavra
Altiva e submissa no que diz
Quem me dera ser sibilante como eu sou
Ser sem dúvida doenças
Sem mágoas do passado
Sem coração que doa
Quem me dera
Ainda sou aquela menina
Ainda sinto em mim
É só voltar a escrever ou a falar sobre as condições da vida
As condições para ser feliz
É só voltar
Quem me dera voltar para sempre
Quem eu era
Como eu era
O pior é que me lembro
E tenho saudades
Deus faça que eu aconteça de novo
Na verdade nunca aceitei a perda
Nunca aceitei desfazer me
O que eu mais pedi aconteceu
E eu nunca aceitei
Soluções novas
A medida velha
Foi sempre assim
Deus faça que morra
Deus faça que seja assim
Deus faça que seja eu
A poesia é lágrima que rola no rosto
Me cura o coração
Me lava o alcatrão todo
Ah pudesse eu amar como amo
Quando escrevo poesia
Há sinais da verdade
A doença desaparece
Como agora
Sou livre
Tanta palavra, tão engano para quê?
Para descobrir a verdade
E pensar que ainda há mais por vir
Mas agora é novo
Já não culpo ninguém
Amo a humanidade toda
Amo a amar e só sou feliz quando amo
Quando não sou feliz sei que isso é anómalo
Perdoo, Perdoo-me
Agradeço as mágoas e os simulacros de soco
Agradeço tudo e renasço
Como hoje.
Assim
A mim.
13/03/2019
(Continua)
Renasci na M e em todas as mágoas
Renasci no espelho e no que já não era
Renasci e ri-me no perdão das coisas
Pudesse ser tudo tao fácil como é quando amo
#ElasDoAvesso