Comove-me o queixo de uma gata, porque isso é ela estar viva. Comove-me, devolve-me a mim escrever só para mim, como no início de tudo… quando eu escrevia nos cadernos e eles iam para o lixo. Comove-me não me preocupar com a expressão perfeita, a expressão bonita, mas tão-somente o choro que corre quando escrevo. Comove-me estar viva.
Categoria: Autoconhecimento
Sarabande em Dó
Dor de mim (…) que me corrói.
O que importa que me olhem? Talvez importe o momento em que me doem a Sarabande, Handel e tudo o que já não é verdade.
Tenho saudades de mim, íssima, íssima saudade, em intertextualidade perdoada com Pessoa. Solidão de mim, quando já só importa Ser. Só eu. E eu não digo. Não sei dizer Amor… e onde está a riqueza do mundo? A verdade cósmica que me dói?… que me adia… me manda para as mesas dos restaurantes, mas sozinha… e eu… profundamente eu comigo. As extraordinárias perguntas que se repetem chegam sempre a este chão agora… onde me engulo… onde sei que só a Verdade me pode salvar. Onde estou? De onde vim? Por que sou? Porquê eu? Porquê aqui? Morro-me aos poucos, sempre mais um bocadinho. Morro para compreender. Quem sou? Por que sou? Doem-me as certezas e tudo o que já não é. Continue reading
O amor não é bicondicional
Este é um excerto que acabo de escrever para a obra “Ensaio Sobre A Má Educação”. A parte integral do que foi até agora partilhado pode ser lida aqui, bem como no separador “Ensaios e Livros“, onde vou passar a disponibilizar mais livros que até agora não havia revelado.
Falando agora sobre o Amor, o amor dos humanos não é o amor do Amor, a ideia primordial do que é o Amor, enquanto força criadora. Podemos fazer equivaler Amor à Mente, mas, quando falamos de Amor entre duas pessoas, falamos da Mente a ser partilhada de um modo mais efetivo, quer dizer, a sentirmos que está algo transcendente, algo extrassensorial e extracompreensão a ser partilhado. Bom, mas não é isto que acontece entre os seres humanos… porque este Amor, esta Mente, é incondicional… é impossível de ser condicionado, permeável a condições. Continue reading
Perdão, Vergílio e Barbies na Descrição
Toda a gente sabe que eu deixei de brincar com barbies bastante cedo e houve momentos em que achei que eram deformadas, por causa dos joelhos e das mamas que fazem lembrar piões de brincar no cimento. Durante 26 anos, tentei esconder quem era e fingir que pensava como os outros. Depois, e de cada vez que me descubro, me ponho ao léu mesmo, percebo que toda a gente pensa bem perto de mim, afinal. Só não mostra. Porque valem mais o “Like” e a sombra do que a leveza de quem São.
Agora o vídeo.
Uma Borboleta Quer Dizer Metamorfose
Hoje, terminámo-nos. Não mais do que isto. Meia dúzia de frases bastarão… ou, porque nada irá chegar, fico-me pela meia dúzia.
Amanhã termino a borboleta que comecei, quando te conheci. Durámos o tempo de uma borboleta. E foi bom. Lembro-me de me dizeres que não querias que eu fosse efémera como uma borboleta… acho que o Universo te fez a vontade ou, no fundo, tu já sabias que eu me ia, quando ela acabasse. Continue reading
Schubert e uma papoila no ombro
Schubert diz-nos sempre que o melhor vem depois. Schubert surpreende-nos o sangue… mantém-nos expectantes em relação à vida, pela vida também… e eu resolvo as minhas delusões com a Clássica e uma papoila nos ombros, o meu papel e a minha perna cruzada no metro… a certeza aparente de que os poetas são invencíveis (é isso que pareço às pessoas no metro). Continue reading
Delito emocional. O Amor e um Berlinde.
Gostava que soubesses que é duro… que eu nunca quis isto para nós… acabo sempre por vir aqui acertar contas com o mundo… dóis-me como bolas de berlinde a respirar… as bolas com que ainda somos capazes de brincar, mas não servem mais ao propósito… todos nós somos capazes ainda de jogar ao berlinde, isso entretém-nos, mas já não nos serve de nada. E tu dóis-me como uma bola de berlinde… nunca lhes dei muita atenção, mas quando elas apareciam, eu estava disposta a focar, a prender os meus olhos nelas… saber-lhes o dentro, as cores e as formas todas… batia com elas no chão, sem querer…
Rainha das Galáxias e Astronautas sem Nave (E adeus é mentira)
Os meus preferidos são estes… os que chegam, se apropriam e dizem coisas que eu não sei. O principal sentido é a arte não fazer sentido nenhum. É que ela nos quebre a métrica do sensível, é que ela nos deixe atravessar dimensões, é que ela nos permita ser sensacionismos novos, intercecionados com cheiro de «Pauis» – de Paulismo. Obrigada, Deuses. Obrigada, Céu. O único lugar verdadeiro da Arte.

M. Augusto
Amo-te, não te quero. Garrett começa assim um poema – ou talvez seja ao contrário e eu tente legitimar a minha contradição. Creio que se chama “Adeus!” ou será “Não te amo?”. “Amo-te, mas não te quero” parece-me adequado agora. Amo-te como Deus quer. (Eu já escrevi isto). Outra vez. Quando Deus, o da coluna, quer que eu vá, eu vou. Não pestanejo face ao cosmos. Submeto-me à la Reis. Helénica que sou. Continue reading
E se as crianças quisessem todas ser bailarinas?
Este texto é desencadeado pelo desafio do meu amigo Carlos Rocha, fundador do Economia Social Portugal. O objetivo do Carlos é despertar discussão, capaz de gerar mudança. Para tanto, chamou a incendiária que eu sou para escrever sobre temas que versem preocupações sociais, despoletem reflexão e, quanto a mim, descrença… é disso que o mundo precisa, que deixemos de acreditar nele, no que ele nos conta… este é o primeiro texto produzido no âmbito desta parceria… ele pediu-me um post, mas eu escrevi 2125 palavras… não consegui parar. Quem me conhece, sabe que eu sou uma descontrolada. E depois? Deixo-vos o texto. Conheçam o projeto do Carlos, gostem da página e partilhem! O Carlos é este “moço“. 😉 Obrigada e, se se identificarem, partilhem o texto!
Bom, como começar uma crónica? É a primeira vez que eu escrevo, porque alguém me pede para escrever sobre alguma coisa… então, eu não sei… e bem ao jeito biográfico do “Elas do Avesso”, eu começo por partilhar convosco as minhas inquietações e o início deste texto.
Ser livre é deixar morrer
Quando me perguntam por que mudei, eu não sei do que falam… sei que Sou eu… e que há um eu mais límpido… mais pronto, como uma bailarina que se levanta, se ergue, se estica, se descobre numa caixa de música… Há um Som novo de mim. Continue reading