Comovo-me com o que sou… Ah!… pudesse eu ser só o que Sou, quem Sou.
Até o latir dos cães me ama… ao fundo, o barulho das casas, dos carros e do ar a passar… como no verão… o verão torna tudo barulho de fundo… vem tudo de longe, plácido, gentil, não atrapalha, não se sobrepõe ao que é aqui, tão perto, tão dentro… comunga.
E mesmo o som outrora violento das motas me ama… tudo me ama quando eu Sou, me dou espaço para ser.
E quanto mais eu sou, mais me comovo comigo a ser, agora. E os lábios desenham-se, pousam-se a ser, no salivar essencial e nos olhos que os molham.
Sou com doçura, com leveza, com amor… com olhos e lábios deslumbrados, aturdidos pelo sangue que me pica, que me sacode, que me grita na pele que sou… e os braços sentem-se sem que lhes toque e as pernas tremem por dentro. Sou.
Luzes e formas que não conheço medeiam-me agora os olhos e o mundo… eu não olho mais sozinha, ou com o seco do corpo, da terra na boca. Os pássaros amam-me. E as ondas cósmicas contam-me que sou mais do que eu aqui, eu como eu me vejo, no corpo e no espelho que parece as coisas.
As coisas são sucessivas e não acabam nelas, onde os meus olhos as veem… há luz, contornos absurdos e creio que Vida, que nunca vi, que não conheço, mas que me lembram da paz, da paz cósmica – que ela existe –, da paz que eu sou, quando sou Isto, agora que me deixo ser.
Impossível é não amar, quando deixamos que nos medeiem os olhos… quando percebemos que, afinal, não sabíamos ver.
É impossível fugir, não ceder à luz, às estrelas suspensas, sucessivas e em fanfarra plácida – porque o que é paz é apoteose, é alegre frenético, mas não faz barulho. É impossível não ceder ao deslumbramento das ondas que se desenham nos olhos, dos feixes rápidos e dos contornos que não conheço, mas que parecem ser de Sempre.
Impossível é não ser feliz.
Quando não somos felizes, não vemos, andamos esquecidos… mas há algo pronto a lembrar-nos… é só parar os olhos, os da terra, os deste corpo em frenesim simulado…
Não vamos lembrar-nos sempre; o fel seduz. Mas vamos poder sempre escolher, outra vez, lembrar-nos de novo. E isso poder ser o Amor.
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Márcia Augusto #ElaDoAvesso