Entre as carruagens
Há barulho
Há engrenagens violentas
Ruidosas
Cio a ser
Há cheiro a noite e a ferros sujos
Há as minhas pernas e o meu tronco todo a confiar nelas
Há as minhas pernas enterradas no ferro
No ferro pronto a desintegrar-se
Como a vida
E eu só me seguro… no chão… de ferro
A tremer… e a desintegrar
Cheira a noite
E eu não tenho medo
Amo o que é a ser
O que está por vir
Mas sobretudo o que é a ser
Agora nos ferros sujos…
A simular a viagem… como se eu fosse para algum lado
Vou para onde? Acaso para longe daqui ou diferente daqui?
Vou agora a ser
Mas o que importa… são os ferros sujos.
O cheiro da noite
os meus pés a segurarem-se nas peças a partir
A desintegrar
Eu confio… só posso confiar…
Porque não há outro chão para pisar…
E mesmo que houvesse… eu já não queria
Gosto do cheiro da noite… molhada…
Do céu estrelado a ser…
O cheiro do céu a noite…
Mesmo que ele não cheire a nada
#ElasDoAvesso
Para receberes o livro «Elas do Avesso», clica no botão abaixo ?
recebe-me, a mim e a «Elas», em casa
P.S.2: POR FAVOR, FAZ PARTILHA PÚBLICA COM A HASHTAG #ELASDOAVESSO.
RECEBE A NEWSLETTER D‘ELAS DO AVESSO AQUI

#ElaDasVidasLoucas