Há uma música que endireita o coração
Uma música que alisa as costuras
Que me devolve ereta e em fios de brilhante
A coluna vertebral
Há uma música que sobe
E que diz
Não queiras mais os caminhos que não são para ti
Há uma música que sobe
Que nos leva connosco
Que nos faz subir com ela
Há uma música do óbvio
Do que não é óbvio
Nos ouvidos
Há uma música que sobe
Há uma música de amor
Há uma música clássica
De tempos antigos
Que me recorda
Me acorda
Me relembra quem eu sou
Há uma música que toca
Talvez dentro de mim para a ouvir agora
Há uma música que toca
E que cega para o mundo
Uma música que pinta os olhos no meu coração
Há uma música que toca
Que não quer saber do mundo
Que me faz ser invencível mesmo que vulnerável
Há uma verdade que toca
Uma música invencível
De tempos antigos
Que não trava batalhas que simplesmente É
Há uma música que toca
(e sou eu de novo, a bailar com a cabeça… de sereias e sorrisos na boca… e porque não…. Uma sereia na cabeça… sereia do mar… cauda inventada… que rastejava na terra… eu sou… talvez eu possa sorrir assim… talvez eu seja esta que chora e sorri ao mesmo tempo. Inabalável e independentemente da mente. A escrita passa independentemente do que eu penso. É por isso que ela é a minha cura. Não há meditação que me toque como a minha música… Poesia a dançar… na caixa de música de um Mozart sempre recuperado. Talvez eu esteja bem. Talvez eu nunca tenha ficado partida, só ouvia a voz errada. Talvez eu tenha estado sempre aqui. Talvez.)
Talvez eu esteja curada
#ElasDoAvesso
#VlogForPoetry <3