Quero rebolar e enterrar-me na terra
Poeta dos muros e das borboletas e dos rios
Doa rios secos e dos rios verdejantes
E mesmo os rios secos correm
Porque é função dos rios correr
Escrever acalma-me mesmo que frenética
Consigo ouvir o barulho dos pássaros
Sempre esteve aqui
Eu só não o ouvia
Escrever reconecta-me
Recupera-me as funções vitais
Mesmo que com falta de ar
E a querer ser mais
A querer rebentar o corpo
Salva-me
Faz-me sair de mim
Poeta dos pássaros
E das ruas sem saída
Com saída lá ao fundo
Bem Aqui
Agora
(Pudesse a câmara cheirar como eu cheiro)